sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

The Moody Blues - A Question of Balance


Essa arte da capa do disco realmente me chamou a atenção, tem tantos elementos e profundidade que não tem como passar despercebido. Umas das coisas que mais sinto falta na música atual, talvez seja o fato que cada vez mais ás capas (e pasmem, o álbum em si) perderam importância no conceito do trabalho. De qualquer forma... Depois de ouvir a discografia (da fase mais relevante da banda), percebesse como nesse o Moody tentava fugir do formato que havia se prendido nos últimos álbuns, tentando criar um som mais orgânico, sem tantas suítes e que cada música pudesse ser apreciada por si mesma, sem perder a sensação de se fazer parte de uma colcha de retalhos sonora.

"Question" tem uma intro acústica (na linha de PIMBALL WIZARD do Who) com ataques de mellotron, coros e o baixo tem uma linha muito boa (que me lembra loucamente a o tema do Spectreman); "How Is It (We Are Here)" é guida pelo baixo e vocais intimistas, o mellotron faz a moldura do arranjo; Já "And the Tide Rushes In" nos apresenta um som mais sutil, quase celestial. A percussão e guitarras estão distantes; "Don't You Feel Small" tem um clima mais tribal, com vocais soturnos, desbancando num refrão que lembra The Mamas & the Papas; Em "Tortoise and the Hare" o baixo raspa no "metal"(muito levemente, mas tem um pouco da pegada), os vocais declamam ás frases como se estivessem lendo um conto de fadas. O mellotron e ás guitarras aparecem em momentos certeiros; "It's Up to You" é boa e com algumas ideias interessantes. mas me soa tão blasé, uma boa canção, mas acorrentada ao estilo rock anos 60/70; Voltamos aos vocais em coro com instrumentais minimalistas em "Minstrel's Song", tão simples que beira a uma cantiga de ninar; Com os acordes banhados em nostalgia, "Dawning Is the Day" tem uma melodia que gruda e um dos melhores refrãos do disco; "Melancholy Man" é a tristeza em formato de música, o vocal contido na moldura de azedume da progressão de acordes, beiram a um tom fúnebre; Em ares de despedida, "The Balance" temos a costumeira poesia declamada que culmina num belíssimo refrão.

Da discografia da banda, esse é o menos lembrado, já que a banda se consagrou em ser um proto-Prog e seus discos anteriores cabem mais no estilo. Mas do ponto de vista de um "álbum", para mim esse é o disco mais forte deles. Onde os compositores se preocuparam em criar boas canções e não apenas mais um disco do Moody Blues com suas velhas formulas.

sábado, 13 de novembro de 2021

NeverDead - Uma simplicidade complexa

 

Cada vez mais vejo que devo ler resenhas com o pé atrás, se fosse pela opinião dos "entendidos" da indústria, nunca jogaria este jogo. Há nove anos NeverDead foi considerado um dos piores jogos de 2012, considerado um shooter genérico e com uma mecânica quebrada. E não vou negar que por causa dessa fama, perdi várias chances de jogar ele, mesmo curtindo bastante o conceito e visual do game. 

Vamos pela historia que é o mais simples, nosso protagonista Bryce (um mix de Wolverine, Deadpool e Ash do Evil Dead) é um caçador de demônios que foi amaldiçoado com a imortalidade pelo Rei  Astaroth, agora nos tempo atuais ele trabalha com a NADA (uma agencia que combate invasão demoníacas) junto com a sua parceira Arcadia. Não é uma baita trama, mas serve de motivação para finalizarmos o jogo.

A trilha sonora foi acusada ser apenas um pastiche de "New Metal", Mas sinceramente, é bem diversificada. Temos: metal, rock, industrial, ambiente e pasmem, J-pop! Obvio que os temas são muito mais calcado em guitarras pesadas e sons 
eletrônicos, mas bem longe de ser o festival NEW METAL que foi rotulado. Bem, se duvida, basta procurar no Youtube e conferir...

(para mim é um dos pontos altos da trilha...)

Para um jogo considerado "mediano", temos bastante detalhes nos cenários e cutscenes. ás arenas de cada fase, praticamente tudo é destrutível (podendo ser usado como vantagem pelo jogador) e bem variado. Já as cinemáticas tem um qualidade muito boa de enquadramento e iluminação. E mesmo que seja um jogo voltado para o mercado americano, tem um quê nipônico na interpretação dos dubladores e nos trejeitos do personagens.   

Agora sim, vamos ao que é complexo no jogo e que depois de ver mil reviews. se nota por que o pessoal detonou NeverDead: O gameplay parece ser simples, mas na real requer certa habilidade e paciência.
Temos duas opções de combates armas de fogo e espada. A primeira, Bryce utiliza duas armas controladas pelo jogador individualmente, uma no R1 e outra no R2. O que parece meio inútil no inicio, mas depois se nota genialidade da jogabilidade. Podemos por exemplo: "usar a metralhado nos inimigos de longe e espingarda para inimigos próximos". E eu demorei um tempo para me ligar nisso! Ou seja, isso nos dá "n" maneiras de enfrentarmos as situações que se apresentam no game, não é apenas atirar e limpar uma área, o jogo obriga o jogador a pensar e criar estratégias para passar de level. A segunda forma é a espada, essa no inicio é a mais eficiente forma de vencer os demônios, já que começamos apenas com ás pistolas. Mas, ela tem jogabilidade estranha (muito puxada dos momentos "katana" do Metal Gear Rising, que estava em produção na época...), Bem, pressionamos o triangulo para mudar de arma, para empunharmos a espada usamos L1 e atacamos com o R3 (analógico) para desenharmos o padrão de ataque. Não vou negar, que é interessante, mas não exatamente pratico e fruído nas batalhas. E na real você se acostuma com o tempo, mas achei caído não ter uma opção mais "normal" nos menus. 
Agora a mecânica de desmembramento que diferencia NeverDead dos demais, podemos perder nossos membros e até a cabeça, com isso temos que recuperar cada membro, ou podemos regenerar (mas isso tem uma limitação de tempo). A ideia tem seu charme e momentos hilários. Mas com certeza é uma jogabilidade que se você for com a mentalidade de jogar um 3rd Shooter, DMC, ou GoW, certo que você vai se frustrar bastante! Caso estiver no modo "ARMA" a moral é movimentar bastante e sempre recuperar seu membros a cada porrada, no modo "ESPADA" a dica é sempre atacar, mas estar esperto para o ataque dos inimigos, esquivar e contra-atacar. Em geral todos são bem telegrafados e mole de desviar. Ou seja, não é só atirar e fatiar sem pensar, precisa de um pouco de "tutano" e caso não se ligue. Bem, a experiência vai ser bem amarga... Além disso usamos a mesma mecânica em alguns quebra-cabeças bem simples, mas que dão uma quebrada na intensidade dos combates.
Mas só isso não é o suficiente, por que mesmo com tudo que disse acima, se o jogador não dar bola para o sistema de habilidades, você esta criando um modo HARDCORE de bobeira. Com o xp que colhemos a cada fase, compramos certas habilidades que facilitam muito a nosso vida. Esta tendo tendo problemas com mira dispersa? Tem perks de controle, que deixam a mira  muito mais precisa e além de unir elas em uma mira (cara, isso devia ser padrão). Curte usar mais a espada? Tem perks de mira automática, ou que aumenta o dano e alcance da lamina. É tempo todo desmembrado? Tem perks que facilita o rolamento enquanto esta desmembrado/decapitado, aumenta frames de invencibilidade, slomotion em esquivas, esquiva automática em momentos de perigo (sério!), agilizar a barra de regeneração e até um que anula o desmembramento! (esse demora para liberar, mas tem a opção e na real tira um pouco a moral do jogo...).
Vi críticos falando que o sistema de upgrade era praticamente nulo e desnecessário. Sério isso?!?! Ás vezes me questiono se esse pessoal realmente joga o jogo todo. Por que na real seria a mesma coisa, que dizer ás armaduras em Dark Souls não tem diferença nenhuma, uma da outra...

Além disso, tem os cenários que podem ser usados como arma, pode-se derrubar um poste nos inimigos, ou ás vezes um andar todo. Além disso podemos explodir tubulações de gás e sistemas elétricos para causar danos nos "Demos" e também "queimar", ou "eletrocutar" o Bryce para aumentar o danos dos nosso ataques (tem perks de balas de fogo e elétricas para usar ao mesmo tempo). Eu tive uma situação bem legal, onde estava numa sala fechada com uma penca de inimigos, acabei estourando um cano de gás com a espada, mas como não tinha fogo, nada aconteceu. Comecei a notar que a tela começou a ficar embaçada, assim que peguei a metralhadora (agora temos fogo) e assim que atirei tudo explodiu! Matando todos inimigos e deixando apenas minha cabeça... Esse nível de atenção a detalhes é muito legal e rende bons momentos.

Os chefes tem suas vulnerabilidade que pode-se usar o ambiente, ou o sistema de desmembramento. Um boss bem legal é que você arranca seu braço e joga na boca dele, assim você mantem atirando dentro do estomago dele, que expõem onde deve se atirar no lado de fora. Outro você usa portais para atingir o chefe. No geral o chefes são sussa, mas pecam por ter muitas fases, com os mesmos pontos fracos entre elas e ás batalhas serem meio monótonas. 

Obvio, esta longe de ser um game perfeito. A variedade de inimigos é bem escassa: temos Demo "doggies" (com a variação explosiva), "aranhas guilhotinas" (com a variação metralhadora/lança-granadas), "louva-deus trapadeiros" autobots e "anjinhos" snipers! Alguns chefes também viram inimigos comuns...
Mas para mim, a minha maior nêmeses eram os Grandbabies (tem variação elétrica e fogosa), um tipo de bicho que fica dando voltas na áreas e engole seu membros (caso não recupera antes) e se pegar sua cabeça, vem um QUICK TIME EVENT chato pacas e o que para mim (e minha super habilidade) era game over certo. Ok, tem sentido, por que o cara é imortal e tem que ter algo para para-lo de vez em quando. E vamos ser sinceros, os checkpoints são bem generosos e os loadings quase inexistentes. Mas quando estamos quase vencendo um chefe com "n" fases e esse diabo ti pega no último pingo de vida do boss e você falha na QTE. E tem que fazer tudo de novo, é sacanagem! E umas das poucas coisas que concordo com a critica, o jogo é deverás repetitivo (por mais que tenha jogabilidade diferenciada), é no geral sempre a mesmas coisa com poucas variações. Com certeza o game  se beneficia se jogarmos com moderação.

Finalizando, NeverDead não é um  jogo para qualquer um, ele lembra um pouco os jogos da From Software (claro, bem mais acessível). O Jogador tem que estar aberto a entender seus sistemas e planejar suas estratégias com base nas habilidades selecionadas para ás situações. Não é um "AAA", mas também está bem longe de ser um jogo medíocre, ou candidato a pior jogo do ano. E notasse que os programadores realmente se esforçaram em fazer uma IP única e com um grau de atenção que nem jogos atuais tem. Caso tiver interesse em algo diferente do marasmo de franquias que copiam uma da outra, NeverDead pode ser uma opção.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Yiaba: Ninja Gaiden Z - Problemático, mas de longe não é tão ruim quanto a você pensa...


Muito das notas no lançamento do jogo, revelam o quanto a "critica" especializada não entendeu que Yaiba é para ser um spin-off bem zoeiro da franquia Ninja Gaiden. Reitero: SPIN-OFF, traduzindo pode fazer o quiser sem se preocupar com a cronologia original. O jogo é maravilhoso? Olha que no que se propõem faz muito bem, mas infelizmente peca em alguns pontos e tem bugs que atrapalham a jogatina.

A historia é puro filme B, com direito a piadas de baixo calão (nada tão ofensivo, mas vai da tua sensibilidade), referências e Gore. E sim jogamos com o vilão, não anti-herói e sim o cara mau, que só liga para vingança e ponto final (mesmo assim, temos uma reviravolta no final). É boa a trama? Não, longe disso, mas para o clima do jogo a narrativa segura bem a galhofa do roteiro.

Os gráficos, eu curti pacas o cell shaded, o único porém, é que a palheta de cores esconde o Yaiba no meio da horda, não é seguido, mas acontece e ás vezes ti mata de bobeira, por que você não sabe onde o personagem esta! Mas em questão de arte, é bem legal. Ás cutscenes mantém a ideia de quadrinhos com direita bordas e tudo mais, ou seja mais fora da saga impossível. Detalhe, a edição física do jogo vinha com uma mini-hq, com uma qualidade bem boa até. Pena que uma copia "usada" em geral é difícil de achar completa e pagar quase 200 conto para uma copia "lacrada" do jogo, nem f%d3nd0 vale o investimento!

O gameplay é básico, três botões de ataque, um de esquiva e um de defesa/contra-ataque (de projeteis). Sem contar o botão de pegar zumbas (ou armas). Os combos são mole de fazer, mas não exatamente precisos. Ainda temos momentos "PARKOUR" automáticos, mas ao mesmo tempo não. E que no geral era o que mais irritava no jogo, ainda mais em momentos que o jogo teimava em bugar e me matava, me fazendo repetir direto. A dificuldade no geral é justa, ainda mais se o jogador se der o trabalho de procurar os upgrades de vida e resistência (fogo, eletricidade e ácido) nos cenários. E upar sempre o Yaiba quanto dar level up. E não esqueça de executar os inimigos para conservar a barra de energia. Se não, você estará criando um modo HARDCORE sem querer, e convenhamos a dificuldade já é alta.
O que incomoda é que algumas sessões e chefes, tem uma forçada f0d4 na dificuldade artificial, pondo muitos sub-chefes além dos minions. E nos chefes, n fases que se você morrer, vai ter que jogar TUDO de novo! O último Boss tem 5 fases! Uma mais que chata que a outra... Mas tem certos porém, se o jogador prestar a atenção, verá que tem certo atalhos, ás vezes é executar algum inimigo para ter uma certa vantagem, ou seja ás "armas" (de fogo, eletricidade e ácido) que dizima mais fácil algumas hordas e ponto fracos de chefe, mas mesmo assim tem momentos muito frustrantes. Dica, jogue esse jogo em doses homeopáticas, se jogar direto é QUIT RAGE certo!

Mas agora a sacanagem suprema, é os bugs. Temos comandos que não aparecem na tela nas "QTE"s, o "parkour" ás vezes simplesmente não funciona e o Yaiba sumindo no mundo. Isso sim, é para jogar o controle na parede. Os loadings são longos, quase 1 minuto, o que não é nada demais, há não ser que você morra seguido, aí começa a ser um problema. Estranhamente nas alas "Parkour" o loading é instantâneo (por que?!!?). E em alguns cenários a câmera ti sacaneia, mas é bem menos do que eu esperava...

Agora dizer que o jogo é 2/10, ou 3/10 é sacanagem?! É que nem falar mau da parte técnica do TLoU2 por que não gostou da estória. Resumindo, os reviews (até os atuais) são extremamente injustos com o jogo. Muitos se prendem no que o jogo é Ninja Gaiden, o que na real não é e nem tenta ser. Já joguei games in-jogáveis e Yaiba esta bem longe disso. É uma diversão passageira e sem muita profundidade? Sim e se você embarcar na zoeira pode até se divertir. Se não, tem a trilogia original (e também a antiga) que pode re-jogar!

Saca só a referência...

domingo, 17 de outubro de 2021

Bom clone do jogos do Batman, possivelmente um dos melhores jogos da Marvel

 


Bem, ninguém pode negar a influência dos jogos do Batman da Rocksteady na indústria dos games, o sistema de combate e modo detetive é extremamente copiado, alguns bons outros nem tanto. O jogo do "Cap" podemos dizer que faz bem o serviço, mesmo que no geral não tenha a finesse dos game do "Orelhudo".

O jogo no geral se divide em COMBATE e EXPLORAÇÃO: No gameplay de combate é praticamente o mesmo com o adicional do escudo. Mas falta a suavidade de conexão dos combos entre o personagem e inimigos que o jogos do "Bat" faz tão bem, tipo se sente que falta algo. Mesmo assim é bom sistema, mas leva mais tempo para se pegar. Já o escudo é muito tri lançar ele livremente, mas quando tem que se mirar ou rebater os projeteis dos inimigos, achei nada intuitivo e foi umas das coisas que me frustrou bastante, mas graças a Ala, raramente são os inimigos/momentos que ti obrigam a usar apenas esse esquema, sendo possível vencer na porrada. Outro detalhe são os "quicktime events" que tem entre alguns inimigos específicos e chefes: É péssimo, passa rápido demais o comando, gera muita tentativa e erro desnecessária e é chato pacas; Já a exploração tem um porém. Primeiro: bizarro como tem coisa para achar, chegando ao ponto de ter um ao lado do outro na mesma sala! E cara, é muita coisa, cedo ou tarde você acaba nem dando mais bola... Outra, que o sistema "detetive" é horroroso e escuro demais e com tempo limitado (por quê?); Além disso, uma coisa que fazemos bastante no jogo, são os momentos de "parkour" automático, onde apertamos o "x", no geral é de boa, só que volta e meia ele resolve não funcionar, ou o comando simplesmente não aparece. E alguns desses itens requer ter que ficar fazendo essas acrobacias, então desestimula um pouco. Isso que consegui pegar quase tudo e nem estava realmente tentando e libera quase nada que realmente valha a pena...

​A estória é bem "meh", se limita ao Capitão tentando resgatar sua trupe das mãos do Zola, tem alguns personagens como "Von strau-sei-lá-Quem" (o cara é tão esquecível que não lembro o nome... É o Garra do Inspetor Bugiganga alemão!) Madame Hydra (persogem bem legal), menções ao Barão Zemo (mas ele não aparece) e o Caveira Vermelha. É bem HQ dos anos 40, é legal, mas nada demais. Falando sobre o mundo temos uma liberdade, melhor mundo aberto, tipo Asylum Arkhan, podemos desviar das missões principais em busca de itens e áreas diferentes, com adicional de um atalho pelos esgotos (esse lance me lembrou bastante os dois primeiros Dead Rising). A trilha sonora é bem boa e mantem o clima heroico...

​O gráfico é bom na modelagem do Capitão e principais personagens, já os cenários são ok. Agora o Framerate sacaneia bonito, se fosse algo assim de vez em quando, beleza. Mas não, é direto, ás vezes em áreas sem inimigos, quase 70% do jogo é assim, depois dá uma melhorada. Bem, eu acho... Por que até agora me pergunto se melhorou, ou fui eu que me acostumei?!

​Bem, se curte os jogos do Batman da série Arkhan é um jogo mais que indicado, mas esteja ciente que o framerate constante pode incomodar no inicio e no geral é um jogo que mais "Passa-Tempo" que algo que nos faça voltar a ele com o tempo.

domingo, 3 de outubro de 2021


 É um "cover n' shooter" mais básico e sem graça que se possa ser. A ideia de se passar no futuro é boa, mas conseguirão a proeza de deixar tão "meh" e genérico que dá  pena.


​A jogabilidade é padrão, mesmo que a precisão da mira deixe muito a desejar (nem ajustando nos menus melhora). O sistema de cover é bem fluido e dinâmico, realmente muito bom, até é triste de pensar que é melhor parte do jogo. Tem algumas sessões "on rails" de automóveis, de longe são ás piores partes do jogo, ainda mais com a falta de precisão das miras (prepare-se para morrer várias vezes sem entender por que...). A variações de inimigos é bem repetitiva, se resumindo três robôs: "vespas" (um robô alado), "aranhas" (um robô levemente maior) e duas variações dos "exterminadores" que são exatamente iguais, isso nas partes de "tiro livre". Nas outras sessões temos os mesmo inimigos mais a "moto" exterminador e uma nave. A IA tudo modo KILL, KILL. Traduzindo não fraqueiam e nem usam táticas. Mas o maior problema não é os controles, mas sim a IA dos seus companheiros. Se o jogo me permitisse apenas matar e passar áreas, seria ótimo. Mas alguns inimigos necessitam de cooperação e tipo os seu companheiros atirarem nas maquinas ajudaria. Ou quando exige alguma estratégia, tipo a "aranha" que tem o ponto fraco especifico nas costas, mas infelizmente só enxerga o JOHN CONNOR e nenhum dos seus colegas pensam em franquear ela e mandar bala... O que ti obriga a ficar se desdobrando pelo cenário para deixar o inimigo "alinhado" aos tiros da sua equipe! Não uma vez, mas sempre que não temos um lança-granadas ou lança-misseis (alias, uma dica, sempre tenha uma dessas no inventario de (2) armas, para não passar raiva). Falando assim, notasse que jogar em coop é a melhor opção, mas só tem local então...
​​Os gráficos são OK para a época, já os modelos do personagens e animações não posso dizer o mesmo. A ambientação é o que se espera de um mundo pós-apocalíptico: cidades devastadas cheio prédios tombados com a natureza tomando conta. Não tem muito detalhes, mas mantem o clima da franquia. Ás cutscenes são todas "in game", ou seja quase inexistente, mau feitas e curtinhas (ás vezes menos de 1min). De vez em quando tem um filtro granulado para enganar. Menos pior, mas mesmo assim...
​A historia... Bem, é extremamente simples: John Connor numa missão, simplesmente se nega a deixar três soldados para trás, desrespeitando a ordem de seus superiores, ele (+ sua companheira que esqueci o nome) parti em uma missão suicida para salvar essa equipe. É isso aí, tipo Kane & Lynch 2 de tão ralo o enredo, mas só sem o carismas dos protagonistas. Há e esta legendado em português, algo raro pra época de lançamento, mas sem estória... Quem se importa!

Ironicamente devido a sua dificuldade de se achar nas lojas BR, é um dos games mais caros do mercado "retro-gamer brazuca", com um preço absurdo que com certeza não vale a experiência (alias, como tem mídias de ps3 ultimamente valendo horrores e não valem isso). Não é um jogo horrível, mas é tão básico e esquecível que não vale investi mais de 50 "milão" nele, se pagar mais que isso... bem esta avisado.

sábado, 25 de setembro de 2021

Harry Potter and the Half-blood Prince (ps3)


 

Bem ou mal, é melhor jogo que traduz a sensação de ser aprendiz de mago, pelo menos dos jogos da franquia é o que mais se aproxima...


​O gameplay é limitado a duelos, fazer poções e alguns "quebra-cabeças" pra achar o emblemas no "mundo aberto" de Hogwarts. Vamos por parte: o sistemas de MAGIA é praticamente controlado pelo analógico direito, inicialmente é bem chato, mas com o tempo se torna bem intuitivo e tem certo sentido (mais que nos últimos 2 jogos onde as varinhas eram praticamente armas!). O problema é que o analógico não é exatamente preciso (o que ás vezes irrita), mas nada que estrague a jogabilidade; Nos DUELOS temos os feitiços em ambos analógicos (em alguns encantamentos específicos) e esquivas nos gatilhos. E por incrível que pareça é bem divertido, ainda mais que tem como controlar (na maioria das vezes) a estratégia da batalha e parece muito similar aos filmes; Já nas POÇÕES os controles pecam um pouco, com o "x" seleciona (e solta) os itens, com o analógico "esquerdo" se direciona pra panela e o direito vira o conteúdo dos mesmos, ou se os agita pra ter algum efeito antes de por o ingrediente na poção. Nas poções simples: beleza, mas nas mais "complexas" e que tem que "agitar" mais de um item... Nossa fica muito chato... Mas vou ser o sincero, o jogo tem um sistema que vê se o jogador esta tendo dificuldade e vai aumentando o tempo conforme falhamos demais, então é mais um inconveniente temporário, mas no geral é bom e vou assumir que tem um pouco de fator aditivo; Já o "MUNDO ABERTO", ele é OK enquanto estiver fazendo a estória. Mas depois de concluído fica bem maçante, por que na real não tem muito o que fazer além de caçar emblemas e duelar alguns magos "bullies". Mas no quesito de ti por no mundo de Hogwarts na questão de visual, faz a sua parte. Só não espere um GTA5 de interação.

Os gráficos para a época (e relevando que é um game pra promover um filme) são bons no geral, principalmente os personagens (com exceção da Hermione e Dumbledore), as animações deixam a desejar, mas as CGs estão boas.
​A trilha sonora é muito boa (até mais memorável que a do filme), pena que ela fica praticamente muda se não estivermos em missões.
​O que atrapalha (principalmente pra quem não viu o filme) é a estória, ou melhor a falta dela. Ás CGs e diálogos in game é tão aleatório e terminam do nada (final incluso) que quem não é "fã" e pegou de gaiato o jogo não vai entender nada. O que na real não afeta muito o jogo, já que esta mais para um "simulador de bruxo" que uma campanha que segui o filme, ou expande o mundo de Harry Potter. 

Finalizando é bom jogo no que se propõem, mas peca por ser repetitivo demais (caso você queira fazer tudo) e ao mesmo tempo é o melhor jogo (que eu joguei) que emula como ser um mago. Longe de ser perfeito, mas pegando a época e os motivos do game existir, o jogo tem seu charme e vale a pena jogar.

domingo, 30 de maio de 2021

Elvis Costello - Mighty like a Rose



Depois de ter sua marca registrada mais que marcada na década anterior, Elvis Costello entra nos anos 90 negando o estilo limpo ala buddy Holly adornado por terninhos. Deixa crescer seus cabelos e barba, óculos com molduras redondas, levemente mais pesado e com vestimentas mas soturnas, lembra um pouco o Stanley Kubrick.

Musicalmente Mighty Like a Rose tem um pé em n estilos, o que não surpreende quem é fã do cantor, mas é um disco difícil nas suas primeiras audições. Muito por flerta com tantos seguimentos musicais que beira a um álbum bipolar. 
 

Começamos com a chupação de Beach Boys na cara dura em "The Other Side of Summer", com uma pegada bem alegre embalando uma letra cínica que ataca várias artistas, John Lennon é mais obvia delas: "Was it a millionaire who said "imagine no possessions"?; Já em "Hurry Down Doomsday (The Bugs Are Taking Over)" ele brinca com sons caóticos emulando um ataque mutante, a bateria é bem primal e temos uma guitarra suja bem esparsa segurando o arranjo; "How to Be Dumb" é mais próxima do seu estilo antigo, mas tem alguns sons ala country como órgão, etc... Um dos melhores vocais do disco; A intro de "All Grown Up" tem um quê de nostalgia e breguice, lembra um pouco daqueles temas de seriados dos anos 70 misturado com algumas canções de cantores crooners da época, o arranjo de cardas, piano e sopro é sublime ainda mais quando tu culmina na volta da introdução; "Invasion Hit Parade" inicia com um toque espanhol, como uma tourada e batida bem pausada, não impressiona na primeira audição, mas o refrão cresce com o ouvinte. Vale também mencionar o solo dissonante de trompete; Emulando os Beatles em Sg. Peppers, temos "Harpies Bizarre" que puxa até o clavicórdio com muitas sessões de sopro numa bandeja medieval, mas tem um clima mais sinistro que o Fab Four não saberia fazer; Quebrando a complexidade das faixas anteriores, "After the Fall" tem poucos instrumentos e se segura nos vocais sutis de Costello. Boa canção, mas nada demais; "Georgie and Her Rival" poderia facilmente fazer parte do disco Trust (com os Attractions), de longe umas das minhas preferidas do disco por causa dos vocais e orgão certeiro nos versos; Se tem uma música que me puxou pro material "SOLO" de Costello foi "So Like Candy", o tom soturno da música é o epicentro de sentimentos deprê que transbordam no ouvido do ouvinte, caso tenha visto o clipe primeiro ainda temos uma imagem de um Elvis Costello "desarruamado" preso numa sala suja cantando e tocando o seu violão para o vazio (me identifiquei), o melotron (tipo de órgão) e guitarra com eco emolduram toda a canção; Voltamos ao rock básico com "Playboy to A Man", a canção mais pesada dos disco, vocais bem agressivos com backings de resposta; A intro de "Sweet Pear" é tão "Don't Let Me Down" (Beatles) que acredito ter sido feita de sacanagem quase, mas ás comparações acabam aí, já que do nada se transforma numa música totalmente motown. Os vocais estão perfeitos, com destaque para o som de cordas; "Broken" é os vocais sob uma camada de som, tem um tom bem triste, mas é elo fraco da playlist; Finalizamos com "Couldn't Call It Unexpected No. 4", onde Costello martela o piano sob uma marcha circense, terminado num fade out lamuriento.

Bem, esse é um disco que requer mais de audição para ser compreendido, eu sempre admirei o quanto Costello não tem medo de abandonar sua marca pra desbravar novos territórios e esse registro marca um momento na estória do cantor, onde ele mesmo não queria se valer mais de seu passado para ser relevante, comercialmente falhou, mas musicalmente...

OBS: Sim, a capa é horrorosa! 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

O homem do chapéu


 Não me considero uma pessoas das mais sãs, mas o que me aconteceu esta pondo a prova meus piores temores. Tenho infelizmente desenvolvido uma nova mania pelo oculto, não que tenha interesse em fazer maldições, mas a estória em volta desse tema tem me instigado nos últimos meses. Por minhas andanças por sebos empoeirados pelas cidade, tropecei com esse livro, a capa realmente me instigou. Uma figura de um bode-humano sobre um pentagrama, com seu titulo “O livro máximo sobre bruxaria e outras historias”.


Não nego que tive um sensação desagradável ao folhear suas páginas amareladas, um toque maléfico permeia ás páginas, eu posso sentir! A repulsa era tão grande que não consegui comprar esse livro, mesmo com seu preço quase dado, um convite delicioso a minha natureza humana. Isso aconteceu há mais ou menos dois anos atrás, mesmo com a minha mania sobre um tema tão mórbido ter se dissipado, ou pelos menos eu achava que sim. Me achei nas mesmas ruas sujas e desertas da maldita livraria, não pude me controlar de entrar e na quase certeza achar o mesmo livro me aguardando. Nem pensei em valores, se isso não é um sinal que devo me aventurar por esse mundo, o que mais pode ser? Engraçado pensar que o lapso de tempo da minha narrativa não corresponde aos meus pensamentos?!?!

De qualquer forma, ao chegar em casa joguei o livro junto aos vários que compro, mas não tenho mais a mesma ânsia de ler. Comentei vagamente com a minha esposa meu novo item, como de certa forma acredito que ele macabramente me esperou nas prateleiras de uma livraria por dois anos. E quanto isso me fascinava e o quanto me cansava as suas preocupações femininas sobre meu interesse sobre tal assunto. Deixei a reclamando para si, nada mais importa. Não quero entrar no mundo sombrio, apenas saber como é, me tirar um pouco da existência mundana que se transformou minha vida.

Me deito na minha cama de madeira, pego o livreto e me perco em suas estórias que adornam demônios, gnomos, rituais e criaturas do macrocosmo do oculto. O que me surpreende é o quanto a sua leitura me intimida, mas ao mesmo tempo me decepciona, ao ponto de começar a cair no sono. Ponho um pouco de lado para descansar meus olhos, estão tão cansados que nem me dou o trabalho de fechar o livro, apenas o repouso aberto no meu peito...

A minha visão parece levemente desfocada. Ao meu lado esta sentada minha esposa, parece estar lendo, ou escrevendo. Difícil dizer... Uma senhora negra e cabelos grisalhos entra, ela parece muito como antiga amiga da minha mãe, ela tem um tom amigável e maternal, ela fala com a minha mulher:
- Ele dormiu, parecia estar muito cansado. Como se não pregasse os olhos há muito tempo.
- Sim, de certa forma sinto que ele apenas nunca dormiu, parece afundado em seus sonhos, mas aposto que não conseguiu desligar.

Eu vejo tudo, como se estivesse congelado, deitado olhando pra frente, por um período tudo fica em silencio, mais tempo que parece fazer sentido, muito tempo. A presença delas some, eu sei que estou sozinho.

No canto esquerdo do quarto, eu vejo algo, não consigo identificar, parece uma sombra, não emite som algum. Mas com certeza mostra sua presença. A coisa começa a se deslocar como piche, uma bolha de negra que se move através das paredes, para sobre o pé da cama, e lentamente sobe. Estou preso, não consigo me mexer apenas ver o predador saboreando o medo da sua presa, uma sensação de total impotência, quanto mais tento me levantar, mais me sinto pesado. A presença se arrasta sobre meu peito, tomando uma forma humanoide negra de chapéu, ele não se move de forma não natural, como um ser sem ossos que desafia a física. Ele me encara, não diz nada, mas eu sei o que ele esta dizendo, sinto a maldade, sinto que a sobra sem olhos me encarra e me faz ver meus piores pesadelos. Tento de todas formas criar forças, não posso ser subjugado por essa coisa, tenho que ser mais forte. Mas como!?!?! Não sei... Só não posso deixar isso me afundar na sua miséria!

Por alguma razão começo a falar com presença, mas não com sons e sim pensamento, ela parece me entender e olha pra mim em desafio. Começo a dizer o quanto ela não é forte o suficiente e o quanto vou sair da minha cama-prisão, durante esse tempo ele me rodeia como uma nuvem de deboche. Sinto minhas forças voltar, junto com a minha raiva de ficar tanto tempo paralisado, se a soma dos meus medos é estar fora de controle, agora preciso reagir. Me levanto encaro o demônio negro, que me encara de de volta, mas sem a mesma força, com a minhas mãos o seguro e o bato contra a parede, parece um lençol sujo de tão fraco e a aparição explode como uma bola de piche.


Me acordo e minha esposa esta ao meu lado, em seu afazeres e o livro permanece no meu peito...


quarta-feira, 5 de maio de 2021

O pior jogador da franquia Souls e por quê isso pouco importa.


 Essa saga sempre foi algo que evitei, mas nos últimos três anos me deixou fascinado (ou com um a "mania" como diria a Toupeira no conto do Sr. Sapo), muito por culpa do Bloodborne por juntar elementos de Londres do século 18 e Hp lovecraft. Pra mim a junção desses elementos foi impossível não aproveitar um saldão da PSN e pegar o jogo.

Sabia de "dificuldade elevada", que na real é meio nada ver já que o jogo é bem justo e um dos poucos que quando sofro uma derrota, não culpo ele. Em geral é uma mancada minha. Mas não jogo ele para vencer os desafios (até por que na real, sou o pior jogador possível, estressado e sem paciência) e sim pela ambientação, pela estória que emula o quanto o mundo em que vivemos é indiferente a nossa presença e quando morrermos estamos fadados ao esquecimento, que as nossas realizações significam muito mais para nós que para terceiros e que deveríamos acima de tudo valorizar as pequenas vitória. Também o quanto a ganancia de um individuo pode condenar a todos, o quanto todos nós temos sede de poder e bancamos os bons samaritanos enquanto estamos na casta baixa, mas assim que ascendemos, (em geral) temos a tendência de sucumbir as tentações de de se achar um ser superior. Nossa quanta filosofia "vazia" tirada de um jogo...

Gosto do conceito dos "vazios" do Dark Souls 1, por um lado fala muito sobre a (minha?!) depressão o quanto podemos sempre tentar depois de cada queda e que não é o fim do mundo uma derrota. Mas alguns de "nós" não tem mais vontade de levantar, por que talvez pense que tem poucas chances de vencer e se deixa "esvaziar" da força de vontade, uma boa metáfora, tenho que convir. Acho que a minha experiência é muito mais o quanto o gameplay emula o quanto sou apreensivo a derrotas, enquanto vejo outros jogadores se atirarem de cara em aventuras aceitando suas consequências. Vou aos poucos e demoro muito mais tempo enfrentando cada inimigo e descobrindo cada caminho, depois de alguns dias já habituado a fase. Enfrento o chefe, caso o desafio seja muito alto (para mim), posso perder a "vontade" de jogar por uns dias. Não tenho ânsia (de alguns) de vencer, isso diz muito sobre mim e não é exatamente algo que goste. Bizarro notar que quando vejo um obstáculo, tomo tempo demais estudando e me preparando (muitas vezes em exagero). Quando finalmente retomo minha coragem, vejo que não era um monstro tão impossível assim e conquisto a vitória (geralmente de forma bem desleixada e pouco sigo meu plano). Mas ao mesmo tempo de felicidade da conquista, vem a apreensão de um novo desafio, e como se pode notar, não sou uma pessoa que procura desafios.

Mas ao mesmo tempo esses jogos que deveriam me repelir, me atraem, me pego vendo vídeos sobre Lore, guias e reviews. E aos poucos tento seguir em frente, ainda não virei nenhum deles, mas cada vitória me faz ver o quanto esses jogos falam da minha vida pessoal e quanto espelham minha relação com o meu mundo. O quanto ás vezes nós vemos em situações que apenas a escuridão esta a vista, o quanto podemos nos pressionar a sermos iguais ao aventureiros que aceitam suas derrotas e não sucumbem a ficar "vazios" (nem por alguns dias). Mas, se talvez levar um tempo para o autoconhecimento seja a sua forma de vencer os monstros, talvez você não precise ser igual a eles, talvez aqueles dias em que estivemos "vazio" serviu como um exemplo de algo que não queremos ser, mas talvez tenhamos pouco controle de revidar imediatamente, que uma batalha contra nós mesmo se apresenta na nossa cabeça quando encontramos os monstros, ou seja são dois inimigos para vencer e um deles nos conhece bem demais.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Tanto tempo atrás...


Vamos ser sinceros, a criatividade acabou há muito tempo. Não que eu não tenha ideias, mas... Cara, é difícil expressar em palavras requintadas o que sinto. Antes eu tinha o dom de escrever qualquer coisa e sentir que era especial, Hoje só tenho a sensação que me repito. Cada paragrafo parece que estou extraindo um órgão, mesmo agora me vejo coçando meus cabelos rasos e me preocupando como terminar isso, provavelmente não vai ter nem fim...

Acabo de terminar um ciclo da minha vida, entrei nos trintas e pouca coisa mudou, não isso seria mentir feio. Na real me casei, o que não foi muita diferença por que nesse relacionamento sempre me senti casado, só oficializei a sentença. Me livrei de todas minhas HQs, só mantive algumas que realmente gostava. Voltei aos hábito de jogar jogos e ouvir cds, por que tenho apreço por coisas mortas e que consomem tempo e dinheiro. Parei de ler loucamente, primeiro achava que era por preguiça, depois descobri que era um problema de visão e como sempre (graças minha fobia a médicos) posterguei minha vista ao oculista por mais de 3 anos! Bem, desde que comecei a usar óculos (e descobri que tenho a possibilidade ter astigmatismo, por isso tenho que fazer exame todo ano), tenho voltado a ler com certa frequência. Em questões musicais estou melhor, mais que esperava. Alias, fico surpreso como consigo traduzir quase qualquer som da minha cabeça em algum instrumento. Liricamente/vocalmente continuo razoável, bem talvez esteja levemente cantando melhor. Também aprende a programar a bateria eletrônica, o que deixa as composições parecendo mais  "musica"...   


Mas voltando a tema, realmente escrever é algo difícil, por que diferente da música, não tenho o mesmo foco. A música parece que se escreve sozinha ás vezes, requer pouco pensamento envolvido. Enquanto a literatura necessita de uma estrutura e talvez algum sentido Até parece que para melhorar em uma coisa, tive que sacrificar outra. Ou, talvez seja besteira minha...