quarta-feira, 5 de maio de 2021

O pior jogador da franquia Souls e por quê isso pouco importa.


 Essa saga sempre foi algo que evitei, mas nos últimos três anos me deixou fascinado (ou com um a "mania" como diria a Toupeira no conto do Sr. Sapo), muito por culpa do Bloodborne por juntar elementos de Londres do século 18 e Hp lovecraft. Pra mim a junção desses elementos foi impossível não aproveitar um saldão da PSN e pegar o jogo.

Sabia de "dificuldade elevada", que na real é meio nada ver já que o jogo é bem justo e um dos poucos que quando sofro uma derrota, não culpo ele. Em geral é uma mancada minha. Mas não jogo ele para vencer os desafios (até por que na real, sou o pior jogador possível, estressado e sem paciência) e sim pela ambientação, pela estória que emula o quanto o mundo em que vivemos é indiferente a nossa presença e quando morrermos estamos fadados ao esquecimento, que as nossas realizações significam muito mais para nós que para terceiros e que deveríamos acima de tudo valorizar as pequenas vitória. Também o quanto a ganancia de um individuo pode condenar a todos, o quanto todos nós temos sede de poder e bancamos os bons samaritanos enquanto estamos na casta baixa, mas assim que ascendemos, (em geral) temos a tendência de sucumbir as tentações de de se achar um ser superior. Nossa quanta filosofia "vazia" tirada de um jogo...

Gosto do conceito dos "vazios" do Dark Souls 1, por um lado fala muito sobre a (minha?!) depressão o quanto podemos sempre tentar depois de cada queda e que não é o fim do mundo uma derrota. Mas alguns de "nós" não tem mais vontade de levantar, por que talvez pense que tem poucas chances de vencer e se deixa "esvaziar" da força de vontade, uma boa metáfora, tenho que convir. Acho que a minha experiência é muito mais o quanto o gameplay emula o quanto sou apreensivo a derrotas, enquanto vejo outros jogadores se atirarem de cara em aventuras aceitando suas consequências. Vou aos poucos e demoro muito mais tempo enfrentando cada inimigo e descobrindo cada caminho, depois de alguns dias já habituado a fase. Enfrento o chefe, caso o desafio seja muito alto (para mim), posso perder a "vontade" de jogar por uns dias. Não tenho ânsia (de alguns) de vencer, isso diz muito sobre mim e não é exatamente algo que goste. Bizarro notar que quando vejo um obstáculo, tomo tempo demais estudando e me preparando (muitas vezes em exagero). Quando finalmente retomo minha coragem, vejo que não era um monstro tão impossível assim e conquisto a vitória (geralmente de forma bem desleixada e pouco sigo meu plano). Mas ao mesmo tempo de felicidade da conquista, vem a apreensão de um novo desafio, e como se pode notar, não sou uma pessoa que procura desafios.

Mas ao mesmo tempo esses jogos que deveriam me repelir, me atraem, me pego vendo vídeos sobre Lore, guias e reviews. E aos poucos tento seguir em frente, ainda não virei nenhum deles, mas cada vitória me faz ver o quanto esses jogos falam da minha vida pessoal e quanto espelham minha relação com o meu mundo. O quanto ás vezes nós vemos em situações que apenas a escuridão esta a vista, o quanto podemos nos pressionar a sermos iguais ao aventureiros que aceitam suas derrotas e não sucumbem a ficar "vazios" (nem por alguns dias). Mas, se talvez levar um tempo para o autoconhecimento seja a sua forma de vencer os monstros, talvez você não precise ser igual a eles, talvez aqueles dias em que estivemos "vazio" serviu como um exemplo de algo que não queremos ser, mas talvez tenhamos pouco controle de revidar imediatamente, que uma batalha contra nós mesmo se apresenta na nossa cabeça quando encontramos os monstros, ou seja são dois inimigos para vencer e um deles nos conhece bem demais.

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