sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

The Moody Blues - A Question of Balance


Essa arte da capa do disco realmente me chamou a atenção, tem tantos elementos e profundidade que não tem como passar despercebido. Umas das coisas que mais sinto falta na música atual, talvez seja o fato que cada vez mais ás capas (e pasmem, o álbum em si) perderam importância no conceito do trabalho. De qualquer forma... Depois de ouvir a discografia (da fase mais relevante da banda), percebesse como nesse o Moody tentava fugir do formato que havia se prendido nos últimos álbuns, tentando criar um som mais orgânico, sem tantas suítes e que cada música pudesse ser apreciada por si mesma, sem perder a sensação de se fazer parte de uma colcha de retalhos sonora.

"Question" tem uma intro acústica (na linha de PIMBALL WIZARD do Who) com ataques de mellotron, coros e o baixo tem uma linha muito boa (que me lembra loucamente a o tema do Spectreman); "How Is It (We Are Here)" é guida pelo baixo e vocais intimistas, o mellotron faz a moldura do arranjo; Já "And the Tide Rushes In" nos apresenta um som mais sutil, quase celestial. A percussão e guitarras estão distantes; "Don't You Feel Small" tem um clima mais tribal, com vocais soturnos, desbancando num refrão que lembra The Mamas & the Papas; Em "Tortoise and the Hare" o baixo raspa no "metal"(muito levemente, mas tem um pouco da pegada), os vocais declamam ás frases como se estivessem lendo um conto de fadas. O mellotron e ás guitarras aparecem em momentos certeiros; "It's Up to You" é boa e com algumas ideias interessantes. mas me soa tão blasé, uma boa canção, mas acorrentada ao estilo rock anos 60/70; Voltamos aos vocais em coro com instrumentais minimalistas em "Minstrel's Song", tão simples que beira a uma cantiga de ninar; Com os acordes banhados em nostalgia, "Dawning Is the Day" tem uma melodia que gruda e um dos melhores refrãos do disco; "Melancholy Man" é a tristeza em formato de música, o vocal contido na moldura de azedume da progressão de acordes, beiram a um tom fúnebre; Em ares de despedida, "The Balance" temos a costumeira poesia declamada que culmina num belíssimo refrão.

Da discografia da banda, esse é o menos lembrado, já que a banda se consagrou em ser um proto-Prog e seus discos anteriores cabem mais no estilo. Mas do ponto de vista de um "álbum", para mim esse é o disco mais forte deles. Onde os compositores se preocuparam em criar boas canções e não apenas mais um disco do Moody Blues com suas velhas formulas.