sexta-feira, 25 de março de 2022

Kiss - Music From The Elder

 


Engraçado não me lembro se já fiz uma resenha do esse disco, mas como estou (estava) sem recursos para consultar, paciência...

O kiss sempre foi uma banda que em geral, sempre jogou no garantido, a mesmo formula de rock n' roll básico, quase sempre. Music From The Elder é um algum concebido num período onde suas cabeças criativas (Gene & Paul) não sabiam se agradavam os fãs, críticos, ou a si mesmos. Elder tem a sina de ser o disco que até mesmo seus criadores tem ojeriza, mesmo que com o status "cult" que o álbum ganhou durante ás décadas e ainda hoje em dia o consideram um disco inferior. 

O conceito veio de uma frase que de Gene pensou: "quando a terra era jovem, eles já era muito velhos" (parafraseando grosseiramente). Muito baseado em personagens entidades como o Vigia da Marvel para os "antigos" e calcado nas jornada do herói (aquela mesmice do escolhido). Bem, vamos ser sinceros o enredo é bem clichê e fraco, mas não é tão ruim para um disco conceitual. O problemas que a banda não soube trabalhar bem o estilo da banda e casar os personagens com suas personas dos seus integrantes. Além disso depois da gravadora ouvir ás músicas, eles alteraram a ordem das canções para tornar o material mais atrativo. No tracklist original (e depois nas edições remasterizadas) a banda tenta contar uma estória pelas faixas, mas a sequência é um padrão muito lento e insosso. Nessa situação creio que os "executivos" souberam ouvir melhor o material (musicalmente) e fazer um álbum coeso e com muito mais dinâmica, mesmo sacrificando o "enredo" em prol das canções. Outro detalhe que complica a "trama" é que em geral em Rock-óperas, cada integrante incorpora um personagem, nesse é difícil saber quem é quem: Paul é "Menino" que deve aceitar seu destino? Gene, o ancião que traz a jornada ao escolhido? Ace é o vilão que tenta corromper o herói? Então porque em certas canções eles trocam os papeis? Infelizmente eles não tinham um Pete Towshend para trazer sentido a historia...

De qualquer forma, musicalmente temos um Kiss mostrando que pode fazer um som que foge das amarras da suas própria sombra. Ainda é Kiss, mas temos influências de Bowie, metal, coros, musica medieval, "progressivo" adornados pela simplicidade da banda. 
- The Oath: É a porrada perfeita para começar o disco, temos guitarras com ás "cavalgadas" metaleiras, os vocais de Paul estão grandiosos e com direito a falsete nos refrãos. Falando em refrão, o bumbo duplo épico de Eric Car mostra como era um baterista antenado com a cena Trash que estava emergindo na época;
- Fanfare: Essa seria a introdução do album, bem o problema é que tão sem sal e medieval demais. Pior que que talvez poderia ser uma boa intro se tivesse participação da banda, tipo primeiro movimento apenas instrumentos medievais e depois no segundo tudo culminando com a banda estourando numa instrumental que poderia ter potencial e se você ouvir, notasse que esta lá isso, uma pena;
- Just a Boy: Balada típica do kiss com elementos medievais nas sessões acústicas, os vocais de Paul estão muito bons, principalmente se destacando no refrão;
- Dark Light: Para mim é um dos melhores Riffs de Ace, musicalmente é puro rock com boas ideias de percussão;
- Only You: Essa começa com um riff simples e poderoso que vai crescendo com os vocais, sim não é o Ace e sim Gene na guitarra. No refrão temos vocais sintetizados que dão um tom estranho cibernético a canção, não posso de ressaltar ás linhas de baixo que costuram a música de forma incrível.
- Under The Rose: Bateria marcial, vocais declamados e refrãos em coro, mais épico que isso impossível;
- A World Without Heroes: É pura breguice, o clima de showzinho vagabundo e baladinha obscena dos anos 70 com direito a cordas. Mas é tão bem construida e Gene se rasga tanto nos vocais que não tem como não gostar dela. E sim o solo de guitarra é o Paul que toca e não Ace;
- Mr. Blackwell: O baixo soturno que comanda cada nuance da música, os vocais "vilanescos" de Gene são perfeitos, principalmente no refrão. A guitarra é esparsa e abusa de espaço, mas marca presença;
- Escape From The Island: Instrumental que apenas foi incluída na edição em cd (e nas remasters posteriormente). É bem rock n' roll e frenética e com um tom de fuga, ainda mais com sirene que toca incessantemente;
- Odissey: O Cruzamento entre baladas Kiss-nianas (eu sei, acabei de inventar essa palavra) e Bowie/Ziggy. Tem todo aquele clima alienígena banhado em nostalgia (ou seria sintetizadores?). Estranhamente Paul canta em barítono, algo que raramente (talvez nunca) fez(ia). Além disso, bons arranjos de corda e piano;
- I: É puro Kiss, guitarras altas, vocais cruzados e refrão para os fãs cantarem junto. Quase perfeita, o que estraga é um verso moralista babaca no segundo verso, além de quase arruinar a música não tem nada a ver com o estória do disco;

Longe de ser perfeito, mas também muito longe de ser considerado o pior disco da banda (alias, com meu gosto duvidoso é o meu favorito, sendo seguido por Hotter Than Hell e Destroyer no meu top 3 da banda). The Elder vale a audição de fãs e não fãs do Kiss.