sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Era para ser mais uma conversa entre amigos...

 


- Se lembra de como antigamente, todos tínhamos tempo para não fazer nada e filosofar sobre a vida? Mesmo que pouco soubéssemos sobre ela...
- Se lembro... Tempos onde ás pequenas trivialidades eram nossos problemas.
- Falando nisso, como foi seu ano?
- Olha tirando o azar, até que foi um ano tolerável...
- Azar?
- Bem, onde posso começar...
- Do começo, depois vá para o meio e termine no final.
- Haram, citar Alice no país das Maravilhas é tão 2009...
- Força do habito.
- De qualquer forma, voltando... Comecei o ano com a promessa da mão que me alimenta que não ia perder o meu pão, o que já não era um bom sinal. Além disso, já de largada em janeiro meu Marsupial siberiano fica doente, o que me custo uma boa mordida no meu já limitado salário de protestante. limitado muito por culpa minha, tenho que assumir... Malditas bolachas sonoras e vídeo jogáveis a motor que sugam minhas verdinhas...
- Verdade, mas o que seria da vida se não alimentássemos nossos parasitas nostálgicos? Uma vida fadada a rotina de boletos mensais e a estrutura canibal que caça qualquer ser com pensamento livre?
Uma vida deverás limitada, onde nunca exercemos a principal atividade da existência: Viver... Refletir...
- Lindas frases de efeito, se não lembrasse a mim mesmo no passado. Poderia até levar a sério.
- Talvez esse seja o problema.
- Que seria?
- Se levar a sério demais.
- Olha...
- Pensa um pouco, alias: Menos. Você passa tanto tempo procrastinando no futuro que esquece de procrastinar no passado. No geral uma vida feliz requer menos que os antepassados dizem.
- Ok, nonsense demais para o meu gosto atual. Voltando, em março me encontrava triste e entediado num emprego que costumava amar, mas agora devido a chacais elitistas, onde não entendiam que a filosofia de um clube "social" é juntar pessoas com gostos em comum e não criar círculos canibais.
- Bem, sabemos que intenções são como gatos.
- Por mais bizarro que seja a comparação, creio que entendo seu ponto. Continuando...
- Estamos no meio já? Por que, sabe é deverás maçante os devaneios de um animal maduro.
- Mal começamos, e nem esta na parte quando tudo desaba sobre mim...
- Podemos pular para essa parte?
- Não... Em abril eles decidiram...
- Eles quem?
- Os chacais elitistas.
- Ok, continue...
- Eles decidiram fazer o evento de observar voadores, mesmo sabendo que os custos espancariam os lucros. E se cansassem não teríamos nem como nos manter no milênio. Tentei argumentar meios de amarrar ás pontas e conter sangrias. Como não deu certo, passei para o boicote em peças chaves da operação. Pouco depois disso fui avisado que iriam me desplugar das asas, para ser mais delicioso seria um processo lento e silencioso. Além de me sentir traído, mesmo que meu orgulho negasse o tempo todo, tive que jogar a pelota basca conforme o clima: quente, mas com pitadas de frio. Em maio sai do que foi minha vida nos últimos 2190 dias. Sem nenhum prospecção de futuro e rendas limitas por seis ciclos.
- Deve ter sido duro, mas isso acontece século sim e século não. Sabemos que a permanência é traidora, então...
- É, mas mesmo assim...
- Além do mais, você mesmo disse que estava cansado dos chacais. E pelo pouco que ouvi, ou me interessei. Ta com cara que eles não vão sair de lá tão cedo. Então a sua derrota era só uma questão de tempo, antes perder cedo que falhar precocemente.
- Se for ver por esse ponto, bem... No meu tempo sendo alimentado pelo governo, decidi que iria sugar até a última gota, mesmo que isso fosse desagradar algumas das almas que se "importassem" comigo. A única pessoa que importa me apoiou, mas resto... Agiu como o resto.
- Uma hora o imperador fica nu. No caso imperadores... ou, deixa assim!
- Exato, no inicio foi legal não ter nenhuma obrigação e de certa forma ter o luxo de descansar. Mas sem ninguém para conversar, além das paredes... Me entreguei aos prazeres mais baixos e mundanos, onde a complexidade encontra a molduras do abstrato.
- Não esta falando...
- Sim, estou...
- Mas você sabe que é um caminho sem volta, ainda mais com seus flerte passados deveria estar mais consciente.
- Foi mais forte que eu, de certa forma o ROCK PROGRESSIVO me salvou.
- Não o bom gosto, mas se lhe convém...
- Mas isso não seria o suficiente para minha próxima provação: Meu mangusto nortista ficou doente, passando a pouco se alimentar e definhando aos meus olhos. Todos letrados não sabiam o que poderia ser, e tentamos por semanas a fio reanima-lo. Mas por fim tivemos que deixa-lo e isso me matou por dentro.
- Além dele, na real seria literalmente... Hã, é...
- Durante esse período, estava com o habito de bebericar aguardente com sal, para ás noites passarem mais rápido, onde via a retro-tela acompanhado da minha ancora. Com o passar do tempo vi que isso era uma atividade que não poderia aturar e muito menos sustentar e cortei qualquer vicio.
- Tem noção que estamos num bar?
- Sim, completamente. Minhas reservas foram sugadas pelas despesas mestras, mas pouco podia fazer além de culpar o passado, rastejar no presente e não olhar para o futuro. Em alguns meses consegui um curso de tempestade em placa mães, a principio foi na renomada escola com o passado glorioso, que na real é apenas uma fagulha do que era. Infelizmente só descobri isso depois de estar nela. Resumindo: Em pouco tempo tinha perdido o animo e me encontrava de novo em meus vícios.
- Tenho impressão que não vamos ter um final feliz...
- Aos poucos vi que a minha vida estava tão afundada no meu ganha pão, todos os amigos que eu achava ter haviam me