sábado, 13 de novembro de 2021

NeverDead - Uma simplicidade complexa

 

Cada vez mais vejo que devo ler resenhas com o pé atrás, se fosse pela opinião dos "entendidos" da indústria, nunca jogaria este jogo. Há nove anos NeverDead foi considerado um dos piores jogos de 2012, considerado um shooter genérico e com uma mecânica quebrada. E não vou negar que por causa dessa fama, perdi várias chances de jogar ele, mesmo curtindo bastante o conceito e visual do game. 

Vamos pela historia que é o mais simples, nosso protagonista Bryce (um mix de Wolverine, Deadpool e Ash do Evil Dead) é um caçador de demônios que foi amaldiçoado com a imortalidade pelo Rei  Astaroth, agora nos tempo atuais ele trabalha com a NADA (uma agencia que combate invasão demoníacas) junto com a sua parceira Arcadia. Não é uma baita trama, mas serve de motivação para finalizarmos o jogo.

A trilha sonora foi acusada ser apenas um pastiche de "New Metal", Mas sinceramente, é bem diversificada. Temos: metal, rock, industrial, ambiente e pasmem, J-pop! Obvio que os temas são muito mais calcado em guitarras pesadas e sons 
eletrônicos, mas bem longe de ser o festival NEW METAL que foi rotulado. Bem, se duvida, basta procurar no Youtube e conferir...

(para mim é um dos pontos altos da trilha...)

Para um jogo considerado "mediano", temos bastante detalhes nos cenários e cutscenes. ás arenas de cada fase, praticamente tudo é destrutível (podendo ser usado como vantagem pelo jogador) e bem variado. Já as cinemáticas tem um qualidade muito boa de enquadramento e iluminação. E mesmo que seja um jogo voltado para o mercado americano, tem um quê nipônico na interpretação dos dubladores e nos trejeitos do personagens.   

Agora sim, vamos ao que é complexo no jogo e que depois de ver mil reviews. se nota por que o pessoal detonou NeverDead: O gameplay parece ser simples, mas na real requer certa habilidade e paciência.
Temos duas opções de combates armas de fogo e espada. A primeira, Bryce utiliza duas armas controladas pelo jogador individualmente, uma no R1 e outra no R2. O que parece meio inútil no inicio, mas depois se nota genialidade da jogabilidade. Podemos por exemplo: "usar a metralhado nos inimigos de longe e espingarda para inimigos próximos". E eu demorei um tempo para me ligar nisso! Ou seja, isso nos dá "n" maneiras de enfrentarmos as situações que se apresentam no game, não é apenas atirar e limpar uma área, o jogo obriga o jogador a pensar e criar estratégias para passar de level. A segunda forma é a espada, essa no inicio é a mais eficiente forma de vencer os demônios, já que começamos apenas com ás pistolas. Mas, ela tem jogabilidade estranha (muito puxada dos momentos "katana" do Metal Gear Rising, que estava em produção na época...), Bem, pressionamos o triangulo para mudar de arma, para empunharmos a espada usamos L1 e atacamos com o R3 (analógico) para desenharmos o padrão de ataque. Não vou negar, que é interessante, mas não exatamente pratico e fruído nas batalhas. E na real você se acostuma com o tempo, mas achei caído não ter uma opção mais "normal" nos menus. 
Agora a mecânica de desmembramento que diferencia NeverDead dos demais, podemos perder nossos membros e até a cabeça, com isso temos que recuperar cada membro, ou podemos regenerar (mas isso tem uma limitação de tempo). A ideia tem seu charme e momentos hilários. Mas com certeza é uma jogabilidade que se você for com a mentalidade de jogar um 3rd Shooter, DMC, ou GoW, certo que você vai se frustrar bastante! Caso estiver no modo "ARMA" a moral é movimentar bastante e sempre recuperar seu membros a cada porrada, no modo "ESPADA" a dica é sempre atacar, mas estar esperto para o ataque dos inimigos, esquivar e contra-atacar. Em geral todos são bem telegrafados e mole de desviar. Ou seja, não é só atirar e fatiar sem pensar, precisa de um pouco de "tutano" e caso não se ligue. Bem, a experiência vai ser bem amarga... Além disso usamos a mesma mecânica em alguns quebra-cabeças bem simples, mas que dão uma quebrada na intensidade dos combates.
Mas só isso não é o suficiente, por que mesmo com tudo que disse acima, se o jogador não dar bola para o sistema de habilidades, você esta criando um modo HARDCORE de bobeira. Com o xp que colhemos a cada fase, compramos certas habilidades que facilitam muito a nosso vida. Esta tendo tendo problemas com mira dispersa? Tem perks de controle, que deixam a mira  muito mais precisa e além de unir elas em uma mira (cara, isso devia ser padrão). Curte usar mais a espada? Tem perks de mira automática, ou que aumenta o dano e alcance da lamina. É tempo todo desmembrado? Tem perks que facilita o rolamento enquanto esta desmembrado/decapitado, aumenta frames de invencibilidade, slomotion em esquivas, esquiva automática em momentos de perigo (sério!), agilizar a barra de regeneração e até um que anula o desmembramento! (esse demora para liberar, mas tem a opção e na real tira um pouco a moral do jogo...).
Vi críticos falando que o sistema de upgrade era praticamente nulo e desnecessário. Sério isso?!?! Ás vezes me questiono se esse pessoal realmente joga o jogo todo. Por que na real seria a mesma coisa, que dizer ás armaduras em Dark Souls não tem diferença nenhuma, uma da outra...

Além disso, tem os cenários que podem ser usados como arma, pode-se derrubar um poste nos inimigos, ou ás vezes um andar todo. Além disso podemos explodir tubulações de gás e sistemas elétricos para causar danos nos "Demos" e também "queimar", ou "eletrocutar" o Bryce para aumentar o danos dos nosso ataques (tem perks de balas de fogo e elétricas para usar ao mesmo tempo). Eu tive uma situação bem legal, onde estava numa sala fechada com uma penca de inimigos, acabei estourando um cano de gás com a espada, mas como não tinha fogo, nada aconteceu. Comecei a notar que a tela começou a ficar embaçada, assim que peguei a metralhadora (agora temos fogo) e assim que atirei tudo explodiu! Matando todos inimigos e deixando apenas minha cabeça... Esse nível de atenção a detalhes é muito legal e rende bons momentos.

Os chefes tem suas vulnerabilidade que pode-se usar o ambiente, ou o sistema de desmembramento. Um boss bem legal é que você arranca seu braço e joga na boca dele, assim você mantem atirando dentro do estomago dele, que expõem onde deve se atirar no lado de fora. Outro você usa portais para atingir o chefe. No geral o chefes são sussa, mas pecam por ter muitas fases, com os mesmos pontos fracos entre elas e ás batalhas serem meio monótonas. 

Obvio, esta longe de ser um game perfeito. A variedade de inimigos é bem escassa: temos Demo "doggies" (com a variação explosiva), "aranhas guilhotinas" (com a variação metralhadora/lança-granadas), "louva-deus trapadeiros" autobots e "anjinhos" snipers! Alguns chefes também viram inimigos comuns...
Mas para mim, a minha maior nêmeses eram os Grandbabies (tem variação elétrica e fogosa), um tipo de bicho que fica dando voltas na áreas e engole seu membros (caso não recupera antes) e se pegar sua cabeça, vem um QUICK TIME EVENT chato pacas e o que para mim (e minha super habilidade) era game over certo. Ok, tem sentido, por que o cara é imortal e tem que ter algo para para-lo de vez em quando. E vamos ser sinceros, os checkpoints são bem generosos e os loadings quase inexistentes. Mas quando estamos quase vencendo um chefe com "n" fases e esse diabo ti pega no último pingo de vida do boss e você falha na QTE. E tem que fazer tudo de novo, é sacanagem! E umas das poucas coisas que concordo com a critica, o jogo é deverás repetitivo (por mais que tenha jogabilidade diferenciada), é no geral sempre a mesmas coisa com poucas variações. Com certeza o game  se beneficia se jogarmos com moderação.

Finalizando, NeverDead não é um  jogo para qualquer um, ele lembra um pouco os jogos da From Software (claro, bem mais acessível). O Jogador tem que estar aberto a entender seus sistemas e planejar suas estratégias com base nas habilidades selecionadas para ás situações. Não é um "AAA", mas também está bem longe de ser um jogo medíocre, ou candidato a pior jogo do ano. E notasse que os programadores realmente se esforçaram em fazer uma IP única e com um grau de atenção que nem jogos atuais tem. Caso tiver interesse em algo diferente do marasmo de franquias que copiam uma da outra, NeverDead pode ser uma opção.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Yiaba: Ninja Gaiden Z - Problemático, mas de longe não é tão ruim quanto a você pensa...


Muito das notas no lançamento do jogo, revelam o quanto a "critica" especializada não entendeu que Yaiba é para ser um spin-off bem zoeiro da franquia Ninja Gaiden. Reitero: SPIN-OFF, traduzindo pode fazer o quiser sem se preocupar com a cronologia original. O jogo é maravilhoso? Olha que no que se propõem faz muito bem, mas infelizmente peca em alguns pontos e tem bugs que atrapalham a jogatina.

A historia é puro filme B, com direito a piadas de baixo calão (nada tão ofensivo, mas vai da tua sensibilidade), referências e Gore. E sim jogamos com o vilão, não anti-herói e sim o cara mau, que só liga para vingança e ponto final (mesmo assim, temos uma reviravolta no final). É boa a trama? Não, longe disso, mas para o clima do jogo a narrativa segura bem a galhofa do roteiro.

Os gráficos, eu curti pacas o cell shaded, o único porém, é que a palheta de cores esconde o Yaiba no meio da horda, não é seguido, mas acontece e ás vezes ti mata de bobeira, por que você não sabe onde o personagem esta! Mas em questão de arte, é bem legal. Ás cutscenes mantém a ideia de quadrinhos com direita bordas e tudo mais, ou seja mais fora da saga impossível. Detalhe, a edição física do jogo vinha com uma mini-hq, com uma qualidade bem boa até. Pena que uma copia "usada" em geral é difícil de achar completa e pagar quase 200 conto para uma copia "lacrada" do jogo, nem f%d3nd0 vale o investimento!

O gameplay é básico, três botões de ataque, um de esquiva e um de defesa/contra-ataque (de projeteis). Sem contar o botão de pegar zumbas (ou armas). Os combos são mole de fazer, mas não exatamente precisos. Ainda temos momentos "PARKOUR" automáticos, mas ao mesmo tempo não. E que no geral era o que mais irritava no jogo, ainda mais em momentos que o jogo teimava em bugar e me matava, me fazendo repetir direto. A dificuldade no geral é justa, ainda mais se o jogador se der o trabalho de procurar os upgrades de vida e resistência (fogo, eletricidade e ácido) nos cenários. E upar sempre o Yaiba quanto dar level up. E não esqueça de executar os inimigos para conservar a barra de energia. Se não, você estará criando um modo HARDCORE sem querer, e convenhamos a dificuldade já é alta.
O que incomoda é que algumas sessões e chefes, tem uma forçada f0d4 na dificuldade artificial, pondo muitos sub-chefes além dos minions. E nos chefes, n fases que se você morrer, vai ter que jogar TUDO de novo! O último Boss tem 5 fases! Uma mais que chata que a outra... Mas tem certos porém, se o jogador prestar a atenção, verá que tem certo atalhos, ás vezes é executar algum inimigo para ter uma certa vantagem, ou seja ás "armas" (de fogo, eletricidade e ácido) que dizima mais fácil algumas hordas e ponto fracos de chefe, mas mesmo assim tem momentos muito frustrantes. Dica, jogue esse jogo em doses homeopáticas, se jogar direto é QUIT RAGE certo!

Mas agora a sacanagem suprema, é os bugs. Temos comandos que não aparecem na tela nas "QTE"s, o "parkour" ás vezes simplesmente não funciona e o Yaiba sumindo no mundo. Isso sim, é para jogar o controle na parede. Os loadings são longos, quase 1 minuto, o que não é nada demais, há não ser que você morra seguido, aí começa a ser um problema. Estranhamente nas alas "Parkour" o loading é instantâneo (por que?!!?). E em alguns cenários a câmera ti sacaneia, mas é bem menos do que eu esperava...

Agora dizer que o jogo é 2/10, ou 3/10 é sacanagem?! É que nem falar mau da parte técnica do TLoU2 por que não gostou da estória. Resumindo, os reviews (até os atuais) são extremamente injustos com o jogo. Muitos se prendem no que o jogo é Ninja Gaiden, o que na real não é e nem tenta ser. Já joguei games in-jogáveis e Yaiba esta bem longe disso. É uma diversão passageira e sem muita profundidade? Sim e se você embarcar na zoeira pode até se divertir. Se não, tem a trilogia original (e também a antiga) que pode re-jogar!

Saca só a referência...