quarta-feira, 20 de abril de 2022

Rocky Horror Show (1973)

 



RHPS para mim, me remete aos filmes de terror da Band (sim, aqueles antes do cine-prive) que todo sábado eu via. Num dia qualquer, não sei por que começa a rodar esse filme estranho e musical! Mesmo não sendo exatamente fã de musicais, não pode fugir a moldura de filme de terror/ficção cientifica dos anos 50 que abraçava a trama simples. Não tinha muito conhecimento das curiosidades que o filme joga pro espectador, mas não importava a performance de Tim Curry em "Sweet Transvetite" (que é uma das melhores entradas em qualquer pelicula que já vi) me prendeu no sofá.
 De qualquer forma, acho que é chover no molhado comentar sobre a trilha praticamente perfeita do filme e o quanto ele é um marco nos cinemas e na revolução de gêneros. Se bem que no meu ponto de vista essa é uma analise meio rala do conceito geral, já que penso que se trata muito mais em empoderar os "estranhos" em aceitarem duas estranhezas e terem orgulho de serem diferente (Don't Deam It- Be It). Mas filosofia a parte, é bem mais interessante ver suas raizes no musical original, notar o quanto os arranjos das músicas eram cru e tinha um quê de cabaré.

- Science fiction/ Double Feature: Diferentemente do filme, ela é cantada pela Patricia Quinn (Magenta) e não pelo Richard O'brien (Riff Raff). Tem uma guitarra acústica muito Pimball Wizard do The Who, adornado por belissimas passagem de piano e os vocais anasalados que em alguns momentos beiram ao de uma cantiga infantil;
- Damn It, Janet: Tem um tom bem mais agitado que a versão do filme, os vocais de Julie Convigton (Janet) e Christopher Malcon (Brad) também são bem mais cantados que declamado. Para mim de todos os casts que ouvi é uma das melhores performances;
- Over At The Frankstein Place: O clima soturno do piano da intro é muito bom, ás guitarras são ótimas, mas agora a voz de Christopher Malcon é horrorosa, sorte que o resto do cast salva a música.;
- Sweet Transvestite: De longe é uma das versões mais pesadas da música, principalmente a bateria, onde o batera senta o pau nela no refrão. Os vocais de Tim Curry (Frank-N-Furter) são ótimos, mesmo que não tenha aquele cinismo das ver cinematográfica e sim um tom mais Rock n' Roll;
- Time Warp: Originalmente a canção vinha depois da apresentação de Frank-N-Furter, no filme mudaram e meio que virou canônico. Bem, é uma versão bem mais simples, como uma pegada menos frenética. Os vocais da Patricia Quinn é de arrepiar, Little Nell (Colombia) esta otima e Richard O'Brien esta mais contido, no refrão notasse uma pegada mais rustica que é muito bom;
- Sword of Damocles: É uma versão bem mais "musical" convencional, lembrando bastante aquelas canções cantadas em grupo dos anos 60, tem um quê de surf rock com bons detalhes de orgão;
- Hot Patootie: De longe é mais fraca do album, não sei por que os vocais de Meat Loaf são iconicos e poderosos, que essa versão perde muito. Outra coisa que Paddy O'hagam (Eddie) grita demais nos refrões e beira ao irritante; 
- Touch-aTouch-Touch-aTouch-Touch-aTouch Me: Sempre achei o ponto fraco do musical, isso indiferente de versões que já ouvi. Essa aqui tem um tom meio latino (por alguma razão) enlaçado pelo orgão, bons vocais de Julie Convigton;
- Once In A While: Não entrou no filme, meio que foi raridade por muito tempo. Nessa versão o Christopher Malcon se destaca num melhores vocais dele. O arranjo simples de violão e piano é maravilhoso;
 - Rose Tint My World: É estranho a intro no piano, já que irmã cinematográfica com a sua guitarra suja é mais iconica. Com esse detalhe muito da canção se prende nos vocais. Little Nell arrasa, Rayner Burton (Rocky) é estranhamente blasé, Christopher Malcon é bom. Mas Julie Convigton canta num estilo gritado muito duvidoso e beirando ao irritante. Tim Curry não precisa se dizer, detona;
- I'm Going Home: Do ponto de vista vocal, caramba Tim Curry mostra uma das suas melhores performances (isso em todas versões gravadas: Aqui, o cast do Roxy em 74 e no filme em 75). Já na parte musical carece os arranjos mais elaborado que viria em versões póstumas, mas nada que estrague a experiência;  
- Superheroes: Com um clima mais soturno,  bons arranjos de guitarra e piano e uma bateria beirando ao tribal. Os vocais de Christopher Malcon me lembram um vocal de uma banda punk, só não lembro o nome;
- Science Fiction/ Double Feature (reprise): É praticamente o mesmo arranjo, só que com letras diferentes;

Assim terminamos, o legal é notar o quanto o musical tinha um tom mais rustico, tipo ouvindo você pode sentir que a apresentação num teatro, ainda mais com a simplicidade dos arranjos. Esse álbum é ao vivo, então muito das performance não quase perfeitas (diferente da versão do filme e o cast de 1990 que gravaram em estúdio os seus respectivos discos) tem seu sentido. Bem, para quem curte o filme, vale a pena conferir como tudo começou.

Detalhe: Ainda não havia ás musicas "Eddie Teddy", "Planet Schmanet Janet" e "Planet Hot Dog" que ainda não haviam sido compostas. E "Superheroes" também não fazia parte do filme até edições em dvd.