quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Um ser bom e correto



Uma coisa ao qual tenho notado é que raramente escrevo como antes (com exceções de algumas esparsas resenha de jogos). Muito por que não sinto mais tanta necessidade. Talvez tenha gasto toda minha criatividade, quem sabe pouco tempo ou muito tempo gasto vendo TV (youtube hoje em dia pode ser considerado televisão né?)
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Na real ainda tenho os mesmos dilemas filosóficos e minhas contradições, mas agora podemos dizer que com uma certa maturidade para lidar com eles e ao mesmo tempo um egoismo para manter minhas “soluções” para mim. Não que eu seja especial nem nada, sou tão “quebrado” quanto qualquer um e volta meia me vejo encarando minhas hipocrisias (e são muitas). Mas perde a “necessidade” de estar sempre me manifestando ao aparecendo na intricada teia social das pessoas, por que na real não creio que seja importante, eu não sou importante, eu não quero ser exemplo e nem bancar o Jesus dos bons princípios e um ser de decisões sábias. Por que eu não sou esse cara, sinceramente cansei de querer ser o “cara”, estou cada vez mais (na medida do possível) tentando ser em apenas ser eu. Seja lá o que isso quer dizer...
Muito do que escrevia tanto quanto ficção, ou opiniões vinha do fato de sentir que não era ouvido ou levado a sério. De estar a parte das pessoas e de toda essa baboseira social. Sem contar o fato de ter medo de me expressar diretamente, de falar e ouvir, principalmente ouvir o que não se quer ouvir. Antes me limitava a apenas estar a par do que me agradava e de quem me agradava. Com a vida “adulta” chegando tive que me adaptar, ver o geral, para de ser tão babaca e apenas achar que o meu lado está certo. Ainda acredito que existe o “certo e errado”, e sempre questiono pessoas que dizem que estamos vivendo numa época de várias “tonalidades de cinza”, ou seja, cada individuo é único e que o meio em que você nasce e se desenvolve afeta da sua percepção de “realidade”, mas isso não ti isenta da sua responsabilidade quando afeta outras pessoas. Estamos tão polarizados em apenas em pensar em nós mesmos, que mesmo o “justiceiros sociais” defendem causas que beneficiam aos ego deles. Hoje mesmo estava vendo uma noticia de um “protesto” de estudantes por causa uma proposta na camará para a passagem escolar ser apenas para alunos com a renda abaixo de três salários mínimos, achei viável e muito país podem se dar ao “luxo” de pagar ás passagens dos filhos. Mas na cabeça deles o estado tem que bancar metade das passagens dos estudantes, mesmo que não precisem e no final das contas todos pagamos no final (via impostos). Um assunto mais próximo, foi uma conversa que tive com um amigo há um tempo sobre pirataria, onde afirmei que com tantas empresas de Streaming e com preço acessível. Não há mais necessidade de se roubar. Ao qual ele disse que não gastaria por que tem filhos, contas, etc...
Isso me fez pensar, por que todo mundo acha que um terceiro elemento tem que resolver os teu problemas? Não foi a NETFLIX, nem o SPOTIFY ou a STEAM que engravidou tua mulher! Foi você, é tua responsabilidade deixar teus luxos de lado para cuidar da criança. E não justifica tuas atitudes. E tipo não sou santo, também pego “emprestado” material que não consigo por “meios legais”. Mas limito a apenas coisas que realmente não tenho como conseguir.
Mas hipocrisias a parte, eu não entendo por que todos acham que são a exceção a regra. Com qual cara você pode falar mau de políticos corruptos quando se pratica pequenas corrupções diárias?!?! Talvez seja uma forma de se recompensar pelas “injustiças” que acontecem contigo o tempo todo, e veja bem eu também faço parte disso. Tem ocasiões em que equilibro a balança a meu favor, mas no final do dia sempre fica um gosto amargo na boca. Ou seja, estou tentando ao máximo tirar essa tendencia nossa de ser a vitima e sim tomar as rédeas e aceitar que com minhas atitudes, vou ter resultados que nem sempre serão ao meu favor. Aceitar que nem sempre o certo traz aplausos, gratificações e adulação. E que é perigoso falar a verdade para quem não interesse nela.

E isso não é critica a ninguém, consigo me separar dos meus princípios e aceitar que não é para todos e na medida do possível tento entender meus semelhantes (creio que mais falho, que venço). Isso sim que é uma batalha, tirar da cabeça aqueles pensamentos: “Por que o fulano não fez isso desse jeito e não do MEU jeito... Por que EU sou um ser bom e correto e ele não. Por que ele não é como EU”.

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