segunda-feira, 8 de julho de 2013

Jon Brion - Meaninless

Jon Brion é cantor, instrumentista e compositor de trilhas sonoras (ganhou o Oscar por Brilho eterno de uma mente sem lembranças). Também produziu Evan Dando, Elliot Smith, Fiona Apple, Sean Lennon e (até) Kanye West. Mas não vamos nos prender a apenas o currículo do cara, o seu primeiro e (no momento) único disco solo é bem irregular, mas vale uma audição, tanto pelos arranjos quanto pela bela voz.

O néctar se encontra nas seis primeiras faixas, o começo inocente de “Gotta Start Somewhere” com belos ornamentos de violões que se aliam a uma bateria explosiva no refrão e fechando numa catarata sonora no final; A bateria eletrônica de “I Believe She's Lying” ainda me incomoda, mas os vocais, tantos os de apoio são muito bons, tem cacofonia eletrônica que gruda na mente; “Meaningless” é total rock ala 60, emula bastante de The Who e Kinks; Essa é muito John Lennon, “Ruin My Day” tem todo o cinismo e sarcasmo do mesmo, ainda mais com uma instrumental puxada para piano e alguns embelezamentos de cordas; O clima de bar do piano e os vocais que lembra um cruzamento de Harry Nilsson e Beatles em “Walking Through Walls”. Muito bom também a inclusão de outros instrumentos, mas o que predomina é bela melodia das vozes; De longe o destaque do álbum, “Trouble” tem toda melancolia meio Elliot Smith com senso de produção de Jon, liricamente rica e dúbia sem contar os duos de voz a cada versos.

Bem aqui que o álbum dá uma caída, não em questão de qualidade, mas sim de carisma. Mas como posso explicar, para mim a audição de um disco é como uma montanha-russa, o lance da preparação da emoção rumo ao topo, o medo da descida, o alivio de chegar ao final e assim por diante. O que acontece a partir é como se andasse em linha reta, canções muito introspectivas que são legais em seus detalhes, mas não tem o mesmo gancho que ás outras. Dentre elas: “Hook, Line and Sinker” (bons licks de violão e um verso pegajoso), “Dead to the World” (instrumental interessante e vocal semelhante aos trabalhos de Sean Lennon), “Her Ghost” (extremamente estilo Beatles), “Same Mistakes” (outra na linha de Trouble só que apenas voz e violão) e finalizamos com “Voices” (vocais ala Beach Boys com sons costurados em volta dos acordes de piano). Mas mesmo assim, é um bom disco, no formato que para mim parece se impor a um Lp, o tom pop intimista pegajoso no lado a e o lado b bem mais reflexivo, mas para quem curte bons arranjos e composições é uma boa pedida.
















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